Com Nietzsche a filosofia torna-se “duplamente perigosa”, isto é, para os filósofos e para todos. Definir Nietzsche é antes de tudo fazer emergir, aflorar, ejacular seu pensamento. O que podemos dizer do homem que nos remete ao questionamento do humano demasiado humano? O que podemos dizer do homem que submeteu a moral a uma severa crítica? (fazendo a dicotomia entre moral mestra e moral dos fracos). O que dizer do homem que nos apresentou seu super-homem (Übermensch) que foi assaz mal interpretado e acabou nas garras do nazismo? O que dizer do homem que precisou solapar Deus para mostrar que a humanidade se escravizava com a certeza de um mundo sobrenatural? O que dizer do homem que deu valor ao “homem pelo homem”, não enfatizou a crença no “hiperurânio” e rompeu com as teias da Filosofia Clássica e Medieval?
Nietzsche com certeza foi “corajoso”, o seu pessimismo-niilismo trouxe ao homem voluntária ou involuntariamente um dreno para esta vida de combates que ele nos alertou.
Portanto, um pensamento como o de Nietzsche, deve ser armazenado, usado; pois forma um arcabouço de atitudes, isto é, um conjunto de interpretações cautelosas. Para ler Nietzsche, antes é preciso saber que em sua filosofia permeia o deslumbramento e por isso não podemos temê-la. Nietzsche é visceral.
*Anexo, apresentado em minha monografia: O aspecto apolíneo e dionisíaco no humano - apoiado na leitura da obra: O Nascimento da Tragédia, do filósofo Friedrich Wilhelm Nietzsche, 2.000 - Puc- Campinas.